É uma perícia; como examinar?
A semiologia ortopédica clássica está bem definida na literatura e é recomendada nos exames periciais. Entretanto, pode não ser suficiente, pois há fatores de distorção envolvidos que relativizam a validade de algumas respostas a certos testes. É certo que a perícia não se presta para tratar o doente e nem o periciando está à procura de um médico
que o cure. A busca é por algum ganho e se traduz com a seguinte reflexão: “se eu não demonstrar que tenho dor, ou se o perito não se aperceber disso, não obterei êxito no que busco”. Afora isso, ele será avaliado por alguém que lhe é absolutamente desconhecido, o que gera estado de desconfiança.
Pensemos então num periciando cuja doença se reflete por omalgia. Sabemos que o teste de Neer é o mais realizado para ombro e, assim como outros, envolve presença ou ausência de dor.
Vem então a pergunta: como esperar que alguém que necessita provar que tem dor, negue sua presença quando da aplicação desse teste (lembro que alguns sequer movimentam o braço)?
Oriento meus alunos quanto a diferentes formas de examinar e de obter respostas(semiologia clássica e variações) sempre no sentido de uma conclusão realmente fidedigna.
Por Dr. Carlos Zawistoki
CRM: 58.972