Tendinopatia patelar: Sintomas, causas e tratamento

tendinopatia patelar
Tempo de leitura 12 minutos

A tendinopatia patelar é uma condição dolorosa que afeta o tendão patelar, também conhecido como tendão do quadríceps.

É uma lesão comum, especialmente em pessoas que realizam atividades físicas de impacto, como esportistas e trabalhadores que executam tarefas que sobrecarregam esse tendão.

Neste artigo, abordaremos tudo o que você precisa saber sobre a tendinopatia patelar, desde seus sintomas e diagnóstico até o tratamento e sua relação com o trabalho.

Boa leitura!

O que é tendinopatia patelar?

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A tendinopatia patelar, muitas vezes chamada de tendinite patelar, é uma condição em que o tendão patelar fica inflamado e dolorido devido ao uso excessivo ou trauma.

Este tendão conecta a patela (rótula) ao osso da tíbia e desempenha um papel crucial na extensão do joelho. Quando ele é sobrecarregado repetidamente, podem ocorrer lesões e inflamações.

Anatomia e função do tendão patelar

O tendão patelar é uma estrutura fibrosa e resistente localizada na parte anterior do joelho. Ele conecta a rótula (patela) à tíbia, servindo como uma extensão do músculo quadríceps femoral, que é o principal responsável pela extensão do joelho.

Durante movimentos como andar, correr, saltar e agachar, o tendão patelar atua como uma “corda de transmissão de força”, permitindo que o quadríceps estenda o joelho com potência e estabilidade. Ele absorve e redistribui grande parte do impacto gerado nesses movimentos, o que o torna especialmente vulnerável a sobrecargas repetitivas — tanto em esportes de salto quanto em atividades laborais que exigem flexões constantes do joelho.

Quando há excesso de esforço mecânico, pequenas microlesões surgem nas fibras de colágeno do tendão. Com o tempo, se não houver recuperação adequada, essas microlesões se acumulam e dão início ao processo conhecido como tendinopatia patelar — caracterizado por degeneração tecidual, redução da vascularização local e desorganização das fibras colágenas.

Essa combinação compromete a força e a elasticidade do tendão, levando a dor, rigidez e perda de desempenho funcional.

Veja os sintomas da tendinopatia patelar

Os sintomas da tendinopatia patelar podem variar em intensidade, mas geralmente incluem:

Dor na parte frontal do joelho:

Esta é a característica mais comum da tendinopatia. A dor tende a ser aguda e pontual, especialmente durante atividades que requerem dobrar e esticar o joelho, como subir escadas, correr ou saltar.

Inchaço e sensibilidade:

A área afetada pode ficar inchada e sensível ao toque. Isso ocorre devido à inflamação do tendão patelar.

Dificuldade em atividades físicas:

A dor e a fraqueza causadas pela tendinopatia patelar podem dificultar o desempenho de atividades físicas que exigem força nas pernas, como agachamentos e corridas.

Crepitação ou estalos:

Algumas pessoas relatam a sensação de crepitação ou estalos no joelho afetado durante o movimento, o que pode ser um sinal adicional da condição.

Como diagnosticar a tendinopatia patelar?

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O diagnóstico desta lesão é tipicamente realizado através de um exame físico minucioso realizado por um médico especializado, como um ortopedista.

Durante o exame, o médico investigará os sintomas relatados pelo paciente, como dor na região da rótula, inchaço e sensibilidade. Além disso, o médico avaliará a amplitude de movimento do joelho e verificará a presença de crepitação durante o movimento.

Em casos onde a confirmação do diagnóstico é necessária, exames de imagem como a ultrassonografia ou a ressonância magnética podem ser solicitados. Esses exames ajudam a visualizar o tendão patelar e determinar a extensão da lesão, proporcionando informações adicionais para um diagnóstico preciso.

Ademais, é essencial buscar a avaliação de um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado.

Afinal, como posso tratar a lesão?

O tratamento da tendinopatia patelar é essencial para aliviar a dor, promover a recuperação e prevenir complicações futuras. A abordagem terapêutica pode variar de acordo com a gravidade da lesão e a resposta do paciente, e pode incluir:

Repouso:

Uma parte fundamental do tratamento é evitar atividades que sobrecarreguem o tendão patelar. Isso permite que o tendão se recupere e reduz a inflamação.

Fisioterapia:

Um fisioterapeuta pode prescrever exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor do joelho e melhorar a estabilidade articular. Isso ajuda a diminuir a pressão sobre o tendão afetado.

Medicamentos:

Anti-inflamatórios e analgésicos podem ser recomendados sob orientação médica para controlar a dor e a inflamação. É importante seguir as instruções do médico quanto ao uso desses medicamentos.

Infiltração de corticosteroides:

Em casos mais graves e resistentes ao tratamento conservador, o médico pode sugerir a injeção de corticosteroides na área afetada para reduzir a inflamação.

Cirurgia:

A cirurgia é reservada para casos extremos em que outros tratamentos não foram eficazes. Envolve a reparação do tendão danificado e é geralmente considerada uma última opção.

É crucial seguir as orientações médicas e fisioterapêuticas, além de dar tempo ao corpo para se recuperar completamente. O tratamento adequado ajuda a restaurar a funcionalidade do joelho e a melhorar a qualidade de vida do paciente.

Prevenção e estratégias para evitar a tendinopatia patelar

Evitar uma tendinopatia patelar exige atenção à forma como o joelho é utilizado no dia a dia — seja durante a prática esportiva, no trabalho ou em atividades domésticas. A prevenção combina fortalecimento muscular, controle de carga e cuidados com a biomecânica.

Um dos métodos mais eficazes é o fortalecimento excêntrico do quadríceps, um exercício que consiste em controlar a descida do movimento (por exemplo, no agachamento), mantendo o esforço durante o alongamento do músculo. Esse tipo de estímulo aumenta a resistência do tendão e ajuda a reorganizar suas fibras, reduzindo o risco de novas lesões.

Também é fundamental incluir alongamentos e aquecimentos adequados antes de atividades físicas ou tarefas repetitivas. Esses cuidados aumentam a elasticidade do tendão e melhoram a circulação local. Para esportistas e trabalhadores que passam longos períodos em pé, o uso de calçados apropriados e de boa absorção de impacto faz diferença na prevenção de microtraumas.

Outro ponto-chave é o monitoramento da carga de treino ou esforço. Aumentos bruscos de intensidade ou volume estão entre os principais gatilhos para o surgimento da tendinopatia patelar. A progressão deve ser gradual, respeitando o tempo de adaptação do corpo.

No ambiente de trabalho, vale investir em ajustes ergonômicos, como a altura adequada de bancadas, pausas ativas e apoio para os pés, especialmente para quem precisa permanecer longos períodos de pé ou realizar agachamentos constantes.

E, por fim, respeite o tempo de descanso e recuperação. O repouso ativo — alternando atividades de menor impacto — é essencial para a regeneração do tendão. Caso surjam dores persistentes ou limitação de movimento, é importante procurar um fisioterapeuta ou ortopedista para avaliação individualizada e orientação segura.

Tempo estimado de recuperação e retorno às atividades

A recuperação da tendinopatia patelar depende de fatores como o grau da lesão, a adesão ao tratamento e as características do paciente, como idade e histórico esportivo. Em média, casos leves a moderados costumam apresentar melhora significativa em 6 a 8 semanas de fisioterapia associada ao controle de carga e exercícios de fortalecimento.

Nos quadros mais avançados, o processo pode se estender por três a seis meses, exigindo acompanhamento fisioterápico contínuo e reeducação postural. A pressa em retornar às atividades pode piorar o quadro, já que o tendão precisa de tempo para reorganizar suas fibras e recuperar sua força.

Para o retorno ao esporte ou ao trabalho, recomenda-se uma progressão de carga gradual, com testes funcionais orientados por um profissional. No caso de atletas, a volta aos treinos deve priorizar a execução correta dos movimentos, o controle do impacto e o reforço da musculatura adjacente (como glúteos e quadríceps).

Já para trabalhadores com esforço repetitivo, o ideal é adaptar a rotina com intervalos regulares de descanso e, se possível, alterar tarefas temporariamente. O retorno seguro não depende apenas do desaparecimento da dor, mas da restauração total da função e estabilidade do joelho.

Ter clareza sobre o tempo estimado e as etapas de recuperação ajuda a reduzir a ansiedade e aumenta a adesão ao tratamento — fatores fundamentais para um bom prognóstico.

Quando a tendinopatia patelar pode evoluir para ruptura – sinais de alerta

Em alguns casos, uma tendinopatia patelar não tratada pode evoluir para uma ruptura do tendão patelar, uma condição mais grave que exige atenção imediata.

A ruptura geralmente ocorre após um esforço intenso, salto ou movimento brusco, especialmente quando o tendão já está enfraquecido por processos degenerativos. O paciente costuma relatar um estalo súbito na parte anterior do joelho, seguido de dor aguda, inchaço e incapacidade de estender a perna. Muitas vezes, nota-se um afundamento logo abaixo da patela, indicando a descontinuidade do tendão.

Nessas situações, é essencial procurar atendimento médico de urgência, pois a ruptura completa normalmente requer intervenção cirúrgica para restabelecer a função do joelho. Após a cirurgia, o tratamento envolve fisioterapia intensiva e um período de reabilitação que pode variar de três a seis meses.

Já nas rupturas parciais, o tratamento conservador pode ser indicado, mas sempre sob orientação médica. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar sequelas e perda de força permanente.

Por isso, ao perceber aumento repentino da dor, sensação de fraqueza ou instabilidade no joelho, interrompa qualquer atividade e busque avaliação profissional — quanto mais cedo o tratamento, melhores as chances de recuperação completa.

Relação da tendinopatia patelar com o trabalho: Aspectos legais

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A relação da tendinopatia patelar com o trabalho no Brasil envolve questões legais regidas principalmente pela Constituição Federal de 1988, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei nº 8.213/91) e normas regulamentadoras, como as da Comissão Nacional de Classificação (CONCLA).

Para comprovar a relação entre a tendinopatia patelar e o trabalho, o trabalhador deve seguir alguns passos.

Primeiramente, é fundamental buscar assistência médica e relatar ao médico as condições de trabalho que possam ter contribuído para a lesão. O médico deverá emitir um laudo médico detalhado, incluindo a relação da lesão com as atividades laborais.

Em seguida, o trabalhador deve solicitar a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ao empregador, que é um documento obrigatório em casos de doenças ocupacionais.

A empresa tem o dever de encaminhar o trabalhador ao INSS para avaliação e concessão dos benefícios previdenciários, como o auxílio-doença acidentário.

A comprovação da doença ocupacional é essencial para garantir os direitos do trabalhador, incluindo o recebimento de remuneração durante o afastamento e possíveis indenizações.

Portanto, é importante documentar todas as informações relacionadas ao trabalho que possam ter contribuído para a tendinopatia patelar, incluindo testemunhos de colegas de trabalho e registros das condições laborais.

Além disso, consultar um advogado ou técnico especializado em direito trabalhista, como os presentes na Carlos Zawitoski, pode ser fundamental para proteger os interesses do trabalhador durante o processo.

A Carlos Zawitoski é uma empresa especializada em perícias, com know-how adquirido ao longo de 20 anos de atuação direta em processos judiciais das diversas comarcas distribuídas pelo país. Não deixe de contactar!

Dúvidas frequentes sobre tendinopatia patelar

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Por fim, nós da Carlos Zawitoski separamos alguns dos questionamentos mais comuns acerca da pauta. Acompanhe abaixo:

Quanto tempo dura tendinite patelar?

O tempo de recuperação varia de pessoa para pessoa e depende da gravidade da lesão. Pode levar semanas a meses para uma recuperação completa.

O que acontece se não tratar a tendinopatia?

Se não for tratada, a condição pode piorar e levar a lesões mais graves, como ruptura do tendão.

Qual é o remédio é bom para tendinopatia no joelho?

O uso de medicamentos deve ser orientado por um médico, geralmente incluindo anti-inflamatórios e analgésicos.

Qual o melhor exercício para tendinopatia no joelho?

Exercícios de fisioterapia específicos para fortalecer os músculos ao redor do joelho são recomendados.

Como aliviar a dor de tendinopatia?

Repouso, aplicação de gelo e elevação da perna podem ajudar a aliviar a dor.

Como saber o grau da tendinopatia no joelho?

O grau da lesão geralmente é determinado por exames de imagem, como a ressonância magnética.

Qual é mais grave, tendinite ou tendinopatia patelar?

A tendinopatia patelar é uma condição mais ampla que pode incluir a tendinite, sendo a tendinite uma forma específica de lesão no tendão patelar.

Onde dói tendinite patelar?

A dor da tendinite patelar é geralmente localizada na parte frontal do joelho, próximo à patela.

Precisa de ajuda para realizar uma formulação técnica de recurso ou contestação de benefícios de espécia acidentária concedida pelo INSS? Entre em contato com a Carlos Zawitoski e conte com a orientação de profissionais capacitados.

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